Por: Alessandra Sales (Fonoaudióloga e Diretora da SOMAR)
Neste texto vamos trazer algumas dicas importantes para estimular o desenvolvimento da comunicação em indivíduos com Autismo que ainda não falam ou que falam muito pouco.
Estimule a atenção compartilhada, realize brincadeiras onde você e a criança compartilhem a atenção no mesmo foco de interesse, atividades envolvendo a atenção compartilhada tem o objetivo de levar a criança a ter atenção a fala do outro e a atuar de forma compartilhada em contextos sociais e comunicativos. Brincadeiras simples e brinquedos de causa e efeito são muito legais para estimular a comunicação. Aqueles brinquedos em que você aperta em algo ou tem alguma ação bem simples e uma coisa muito legal acontece, a criança se motiva por ter conseguido algo, se envolve na brincadeira e assim vocês conseguem momentos de compartilhamento de atenção. Você também pode aproveitar essas brincadeiras para estimular a imitação de sons, é o que chamamos de “Treino de Ecoico”, começamos com sons simples como o ”pa pa pa” do pandeiro ou o “au au” do cachorro, é sempre bom estimular com sons de objetos que sejam do interesse da criança, como o “bi bi bi” da buzina do carro se a criança gostar muito de carrinhos.
Outro estímulo importante é para que a criança seja capaz de solicitar o que deseja de forma adequada, sempre que a criança desejar algo estimule para que ela solicite através do uso de um cartão, através do gesto de pedir estendendo a mão ou para que ela peça através da fala, uma palavrinha simples que podemos estimular para que a criança utilize quando for solicitar algo é a palavra “da”. Você também pode colocar os itens utilizados por ela fora de seu alcance, para que ela precise se comunicar de alguma forma para conseguir o que deseja. O importante é não dar automaticamente as coisas para a criança, aguardar que ela tome iniciativa para solicitar os objetos.
Também podemos criar pequenos problemas cujas soluções impliquem atos comunicativos, ex: dar o copo vazio na hora de tomar o leite, apresentar uma caixa sem o conteúdo que habitualmente à criança encontra dentro dela e assim por diante. Aguardar as atitudes da criança para resolver situações como esta.
Enfim, fundamentalmente se trata de aproveitar melhor os momentos de interação natural e espontânea com a criança para estimular uma comunicação funcional.